segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bendido



Bendito louvado seja,
Teu olhar por calmaria
Pois o meu verso peleja
Na carne da cantoria
Veleja, beija a topada
feito uma unha encravada
no chão da desalegria.


Bendito seja teu nome
Semente que fulorou
No sertão de minha fome
Virou, fruto se adoçou
no sumo da precisão
mas só deixou solidão
e  seu amor, me negou.


Bendito o beijo, carpido
Que o desejo espalha
Me faz um doido varrido
Correr em chão de navalha
Corte de morte escrevida
Lá salmoura da vida
Que a mão da dor esmagalha.

Seja bendito teu cheiro
Que é faísca desenhada
A despejar mais ligeiro
Toda ternura enlinhada
Na Lâmina duma chama
Que pelo vento derrama
A minha rima inflamada.

Pra sempre seja bendito
O teu zoím vaga-lume
Que no lume do infinito
Alumiou meu ciúme
Relampejou a querença
Me roubou a paciênça
Deixou somente o queixume.

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