Elegia
Não há velhice no poema.
Nem saudade, nem amor adiado,
Sonho incendiado,
Verso traído por alguma palavra ilusória.
No poema as águas da vida agitam seus cabelos
E adormecem.
O sono no poema é tinta nova,
Lua acesa no estômago,
Atalho para se chegar a um silêncio voluntário.
Minha face tua face
Caminham sobre um solo indolor.
E ainda não aprenderam a solidão da carne,
Nos exílios.
Mesmo assim,
no poema que faço agora,
Não concilio achado algum
Com a neblina que me impede a realidade.
Comigo, a cada novo instante,
é que me torno companheiro da vida
Que me arde no osso caleijado.
Um chão de Caliça, é quando da palavra o estro diluído dentre flerpas de silêncios e cacos de lembranças. É quando do poema semeado sem sombra, sobre as mutilações da alma. Um Chão de Caliça é quando se precisa do canto para fazer mais ácida a salmoura da solidão esquecida na carne de um verso encabestrado.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
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